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Conheça Rozenn, responsável pela sustentabilidade do café

November 7, 2018

Todos os dias, milhões de pessoas em todo o mundo começam seus dias tomando uma xícara de café. Rozenn Kerviel, Gerente de Sustentabilidade de Café da Louis Dreyfus Company (LDC), não está entre elas.

“O desafio do trabalho me mantém acordado”, diz a nativa bretã, dando uma pista de como é o implacável ritmo de sua missão de conseguir uma cadeia de fornecimento totalmente transparente e sustentável para os negócios de café da LDC.

À medida que o consumo de café cresce em todo o mundo, inclusive nos países produtores, a tarefa parece aumentar a cada dia.

A empreitada é colossal. Padrões climáticos extremos, pragas e doenças cada vez mais persistentes, bem como dificuldades decorrentes de deficiências em conhecimento técnico são os principais obstáculos que exigem esforços de longo prazo e uma visão estratégica que vai além do lucro imediato.

“Como podemos garantir que poderemos desfrutar de café de boa qualidade em 30 anos? Essa é a missão”, diz. “Nosso objetivo é garantir a sobrevivência e a rentabilidade contínua da cafeicultura.”

Estar lá

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Depois de realizar seus estudos em Paris, Grenoble e Berlim, Rozenn ingressou em uma multinacional de alimentos e bebidas em Paris, onde tomou conhecimento da necessidade de tornar a sustentabilidade uma parte integrante do negócio, especialmente na área de compras.

“Historicamente, a sustentabilidade fazia parte do marketing ou da RSC (responsabilidade social corporativa). O que é preciso de fato, porém, é incorporá-la em todos os aspectos de um negócio.”

Na grande empresa de alimentos, a experiência foi muito valiosa, mas Rozenn percebeu que, para lidar com assuntos relativos à sustentabilidade, ela deveria se familiarizar com a cadeia de abastecimento como um todo: estar no campo, trabalhar com os agricultores e conhecer a realidade deles.

Ela decidiu se basear na América. Atuou primeiro com uma cooperativa mexicana de 800 cafeicultores. Depois ela foi para a Guatemala, onde trabalhou para uma das maiores cooperativas do país exportando cardamomo e especiarias. Ela os ajudou também em cultivos de café e cacau, apoiando as atividades de marketing e representando os produtores em feiras comerciais.

“A experiência de trabalhar com agricultores me ajudou a pensar com mais clareza”, diz. “Aprendi a respeito de seus problemas, mas também entendi muito melhor que, para fazer a diferença em suas vidas, o papel do setor privado nos esforços de sustentabilidade teve que crescer muito.”

Fazer parte da solução

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E seria importante defender isso entre as empresas que comercializam produtos em escala global.

“Elas poderiam desempenhar um papel importante na resolução do problema”, comenta.

Rozenn entrou na LDC como Gerente de Sustentabilidade de Café em 2013, com foco inicial nos cinco maiores produtores de café do mundo: Vietnã, Indonésia, Brasil, Colômbia e México.

Trabalhando atualmente a partir de Genebra, Rozenn gerencia uma equipe diversificada e verdadeiramente global de especialistas em sustentabilidade: gerentes, agrônomos e muito mais. Ela também cuida de um portfólio cada vez maior de projetos com o objetivo de melhorar os meios de subsistência dos agricultores por meio de treinamento técnico, ensinando práticas agrícolas inteligentes e medidas de adaptação às mudanças climáticas.

“Um dos meus documentos mais importantes é uma lista de mais de 20 mil agricultores com quem trabalhamos”, sorri, explicando que sua missão só pode ter sucesso se os produtores também se beneficiarem. Em sua maioria são pequenos proprietários rurais, alguns deles em algumas das regiões mais remotas do mundo.

“A sustentabilidade tem um valor enorme para a marca”, explica. “Mas esse não é o fator mais importante.”

“Se os cafeicultores não puderem ganhar dinheiro suficiente para sustentar suas famílias, eles mudarão para outros setores e perderemos nosso café. Precisamos que a produção seja sustentável em longo prazo.”

Ela já se perguntou se suas habilidades seriam mais bem compreendidas em uma ONG ou em outro ambiente sem fins lucrativos?

“Talvez”, pondera. “Mas aqui (na LDC) é onde sinto que posso fazer a diferença e acredito firmemente que todos os atores, incluindo ONGs, indústrias, bancos, agricultores e quem atua na comercialização têm que trabalhar juntos para ver mudanças.”

“Nós que trabalhamos na comercialização temos um papel fundamental na cadeia de valor agrícola e podemos colaborar para impulsionar negócios sustentáveis.”

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