Como a fonte mais eficiente de proteína por hectare do mundo, um ingrediente importante para a nutrição humana e animal e uma rica fonte de biocombustíveis, a produção de soja se multiplicou por dez nos últimos 50 anos para atender à demanda, que deve continuar a crescer rapidamente. 

Em 2018, lançamos nossa Política de Sustentabilidade da Soja global, detalhando nosso compromisso de trabalhar com todos os stakeholders da nossa cadeia de fornecimento para evitar a conversão de vegetação nativa em áreas de alto valor ecológico e reforçando nosso compromisso Sem Desmatamento, Sem Turfa, Sem Exploração. 

Em 2019, compartilhamos essa política global de soja com todos os nossos principais fornecedores que operam em áreas consideradas de alto risco de desmatamento e buscamos divulgar a política em 2020, visando alcançar fornecedores em todas as regiões onde temos operações. 

O mapeamento das cadeias de fornecimento é fundamental para garantir a rastreabilidade das atividades de compras diretas, assim, em 2020, aumentamos o número de fornecedores diretos mapeados no Brasil e na Argentina, mapeamos a dinâmica do uso do solo no norte da Argentina e mapeamos nosso perfil de compras no Paraguai.  

Trabalhamos em conjunto com a The Nature Conservancy (TNC) para aprimorar nossa ferramenta de análise de risco e fornecer incentivos para que os produtores não expandam o cultivo sobre a vegetação nativa do Gran Chaco, como um prêmio para soja sustentável e linhas de crédito com baixas taxas de juros. 

Cadeias de Fornecimento Rastreáveis

Utilizando dados de código aberto, também mapeamos o estado atual do desmatamento no Paraguai, e, até o momento, nossa conclusão é que a produção de soja do Paraguai tem um perfil de desmatamento de 75% de baixo risco e de 24% de médio risco desde 2004.  

Em 2020, mapeamos aproximadamente 90% dos fornecedores argentinos de soja por meio da cadeia de armazenagem, com foco na área de Campo Largo (Gran Chaco). Esse mapeamento identificou áreas de floresta nativa, qualquer desmatamento recente e a categorização legal de terras. 

Graças aos extensivos programas de certificação na Argentina, mais da metade dos volumes de soja que entram em nossa unidade de General Lagos pode ser rastreada até as fazendas. 

Soja Certificada

Trabalhando com a TNC, também aprimoramos a ferramenta de análise de risco que usamos e esperamos implementá-la em todas as fazendas da Argentina e do Paraguai em 2021. 

No futuro, realizaremos o mesmo mapeamento e análise de risco no Uruguai e no Paraguai, e estenderemos o mapeamento da dinâmica do uso da terra além de nossas atuais áreas de fornecimento na Argentina de forma a buscar soluções que evitem o desmatamento. Nossas metas foram alteradas em conformidade com isso. 

Mercados de Biodiesel e Óleo de Soja 

Nossos importantes programas Biomass Biofuel Sustainability Voluntary Scheme (2BSvs) e International Sustainability & Carbon Certification (ISCC-EU) para o fornecimento de biodiesel sustentável certificado e outros derivados de soja exigem: 

• que a produção de matéria-prima para biocombustíveis não ocorra em terras onde há alto nível de biodiversidade 
• que terras com alto estoque de carbono não tenham sido convertidas para a produção de matéria-prima para biocombustíveis (desde a data de corte de 1º de janeiro de 2008) 
• rastreabilidade e cadeia de custódia, balanço de massa em toda a cadeia de fornecimento 

• que a produção de biocombustíveis permita economias suficientes de emissões de gases de efeito estufa, conforme definido pela UE 

Devido aos impactos da Covid-19, a redução no uso de combustível levou a uma queda nas vendas de biodiesel certificado. Em resposta a isso, estamos tentando aumentar o número de destinos que alcançamos com nossos produtos. 

Parcerias para Sustentabilidade 

Mercados de Soja, Óleo de Soja e Farelo de Soj

Em 2020, obtivemos a certificação da cadeia de custódia para nossas unidades na: 

• Argentina: Timbúes e General Lagos 

• Paraguai: C.A.I.A.S.A, Trociuk e Santa Maria 

Em 2020, fizemos nossas primeiras compras e vendas de soja certificada pela RTRS no Paraguai, estabelecemos nossa própria cadeia de fornecimento de farelo de soja livre de desmatamento e verificada por terceiros na Argentina e negociamos nossas primeiras vendas deste farelo de soja argentino certificado sem desmatamento, que começou a ser comercializado no início de 2021. 

Estamos estendendo o mesmo esquema para farelo de soja livre de desmatamento verificado por terceiros no Paraguai e no Brasil em 2021. 

Em nosso relatório de sustentabilidade de 2019, expressamos a ambição de comprar 300 mil toneladas de soja livre de desmatamento anualmente no Paraguai a partir de 2022. No entanto, como a maior parte da soja não é fornecida diretamente a partir dos produtores, teremos que alterar essa meta. 

Na Argentina, continuamos participando de vários esforços colaborativos para evitar o fornecimento de soja em áreas protegidas na região do Gran Chaco, tais como: 

• A Vision Sectorial del Gran Chaco (ViSeC), uma iniciativa de diversos stakeholders que aborda a produção e conservação da soja no Gran Chaco argentino, por meio da qual a LDC e outros membros da Associação de Processadores de Oleaginosas da Argentina (CIARA – Cámara de la lndustria Aceitera de la República Argentina) estão trabalhando com o setor público para assegurar o cumprimento da Lei Florestal Nacional e criar planos setoriais para um compromisso coletivo para alcançar cadeias livres de desmatamento. 
• A TNC, que está nos ajudando a criar uma solução para monitorar áreas de alta biodiversidade, identificar onde está ocorrendo o desmatamento para a soja e criar incentivos que podem alterar o comportamento do produtor. O foco inicial está na região argentina do Gran Chaco. 
• O Programa Argentino de Carbono Neutro, trabalhando para certificar produtos de exportação argentinos e, junto com outros participantes do setor na Argentina, para definir um padrão de emissão de gases de efeito estufa para o cultivo de soja na Argentina. 

No Paraguai, continuamos integrando vários programas e associações, incluindo:  

• O programa Commodities Verdes das Nações Unidas, até seu encerramento em 2020, oferecendo uma perspectiva do comercializador sobre as questões do setor e ajudando a promover práticas sustentáveis.   
• A Câmara Paraguaia de Processadores de Oleaginosas (CAPPRO – Cámara Paraguaya de Procesadores de Oleaginosas y Cereales). Em 2020, graças a uma doação de US$ 40 mil administrada pela CAPPRO, duas cooperativas foram certificadas como produtoras sustentáveis, sendo que outras três devem ser certificadas em 2021.