Depois de 41 anos de trabalho para o Grupo, mais recentemente como Controller de Grãos em Genebra, Catherine Réau está se aposentando.
Conversamos com ela para saber mais sobre suas quatro décadas na LDC!
Você pode nos dizer como você e a LDC “se conheceram”?
Comecei a trabalhar para o Grupo – anteriormente conhecido como Louis Dreyfus & Cie – em Paris, em 1977, enquanto concluí meus estudos do ensino médio rumo a obter um Brevet de technicien supérieur (BTS) para comércio internacional, parte do qual exigia que os alunos concluíssem um estágio em uma empresa internacional.
Inicialmente, meu estágio havia sido planejado para durar um mês, mas foi estendido para três depois de um dos meus colegas deixar a empresa e a equipe precisar de apoio. Tive muita sorte de ter tido essa oportunidade de mostrar minhas habilidades e trabalhar com o time. Ao final do estágio, meu gestor me ofereceu a oportunidade de ser contratada pela empresa após a conclusão dos meus estudos (ainda faltava um ano para terminar). Foi assim que entrei no mundo da LDC.
Comecei a trabalhar em P&L (Profit & Loss – em português, Ganhos e Perdas) na empresa, para Grãos e Oleaginosas em todo o mundo (na época, isso incluía os EUA, a Argentina, Brasil, Europa e a África do Sul), e ainda faço isso hoje, mais de 41 anos depois, mas para grãos apenas na região EMEA, onde os volumes são muito maiores.
De que forma o Grupo mudou desde então?
Na década de 1980, a LDC estava presente em menos países, e a escala e a estrutura dos negócios eram menores. Sem computadores e celulares, nosso trabalho diário também era muito diferente. As ferramentas que utilizávamos nas operações diárias eram uma calculadora grande, um bloco de notas enorme com 24 colunas e muitas linhas, uma caneta, borracha e um telex para comunicações. Não havia ferramentas de mensagens instantâneas para interagir com colegas de outras partes do mundo; portanto, o telefone ou o contato pessoal eram as únicas maneiras de se comunicar. O Grupo já estava muito bem posicionado como um líder, como parte do grupo ABCD das principais empresas de comercialização de commodities agrícolas.
Na década de 1980, começamos a criar subsidiárias na Europa, desenvolvendo e ampliando nossas operações, implementando novas linhas de negócios e contratando mais pessoas – foi um período muito emocionante e desafiador, tanto dentro quanto fora da LDC. Só para dar um exemplo, eu vi a dissolução da URSS (União Soviética) e as primeiras operações e ativos da LDC na Rússia. Na década de 1990, em menos de cinco anos, abrimos escritórios na Bulgária, Romênia, Polônia, Rússia e Ucrânia, e tive a oportunidade de viajar para Londres, Zurique, Roterdã, Johanesburgo e Moscou.
Foi nessa época que começamos a usar computadores e fomos treinados para usá-los – isso mudou totalmente o nosso trabalho diário!
Durante esse período, Frete se tornou uma plataforma de centro de lucro, até então tendo sido um departamento de “serviços”, e eu tive que trabalhar em estreita colaboração com os traders de Frete para criar um P&L de Frete. Explorar diferentes áreas da companhia por meio do meu trabalho foi muito interessante e uma grande oportunidade de aprender a respeito de uma ampla variedade de assuntos.
Agora é hora de deixar a empresa e permitir que a nova geração assuma e tenha as mesmas oportunidades de crescer e descobrir o setor.
Alguma lembrança especial de seus primeiros dias na LDC?
Quando entrei no Grupo, sabia que trabalharia aqui por toda a vida – para a minha geração era importante encontrar uma empresa que valorizasse seu trabalho e você como pessoa, uma para a qual você teria orgulho de trabalhar. Porque naquela época era um compromisso para a vida.
Como eu disse, a empresa era menor em 1978, e os colaboradores sentiam que faziam parte de um negócio familiar. Lembro-me de pensar que Gérard Louis-Dreyfus era como um pai – embora ele morasse em Nova York, ele visitava Paris todos os meses e fazia questão que permanecêssemos conectados. Depois dele, Robert Louis-Dreyfus também nos fazia sentir parte da família e a LDC como nossa casa.
Além disso, foi um grande privilégio trabalhar naquele local e escritório em Paris (o “Edifício Azul”, como costumávamos chamá-lo), e a empresa cuidou muito de seus colaboradores, investindo em seu bem-estar.
Todos tinham muito orgulho de trabalhar para a LDC.
Que conselho você daria para alguém que está apenas começando?
Durante todos os meus anos de trabalho aqui, aprendi a importância de construir fortes relações com meus colegas e de valorizar as oportunidades que a companhia ofereceu para nos unir.
Eu realmente acredito que o espírito de equipe é importante, tanto quanto para os negócios, quanto pessoalmente. É assim que crescemos como empresa e como pessoas.
Fiz bons amigos durante meu período na LDC, e ainda estou em contato com pessoas com quem trabalhei 30 anos atrás.
Algum pensamento final que você gostaria de compartilhar?
A família Louis-Dreyfus, com quem trabalhei de perto, nos fazia sentir confortáveis e especiais e nos mostrava que estava grata por nos ter como parte da empresa.
Como resultado, a LDC é como minha família, e sou grata por ter feito parte de sua jornada.
Obrigado Catherine – desejamos tudo de bom para você. Você fará falta!