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A Biogas leva energia limpa para agricultores do Quênia e Ruanda

December 10, 2019

Alenha costumava ser um negócio caro e demorado, diz Jerica, mãe de três filhos, que vive na região de Meru no Quênia, no sopé fértil do Monte Quênia.

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O mesmo acontece em toda a África Subsaariana, onde as mulheres, até as meninas jovens, costumam fazer a maior parte do trabalho. Ao caminhar longas distâncias para coletar a madeira, elas gastam um tempo precioso da escola e de outras atividades.

“Usei muita madeira para cozinhar”, diz Jerica, que cuida de outras 14 crianças. “Era muito difícil economizar dinheiro suficiente para cuidar dos meus filhos e pagar pela educação deles.”

O prejuízo vai mais além. Cozinhar com madeira e carvão causa problemas respiratórios e mata mais pessoas, principalmente mulheres, do que malária ou HIV, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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O corte de lenha faz parte do desmatamento e contribui para a erosão do solo em países onde a maioria da população depende da agricultura. As árvores também são necessárias para absorver o dióxido de carbono, um fator crítico das mudanças climáticas.

Em 2013, por iniciativa de um funcionário da LDC, e com financiamento da Louis Dreyfus Foundation, foi lançado um projeto de 2 anos para fornecer sistemas de biogás a comunidades agrícolas vulneráveis no Quênia e Ruanda. Para Jerica, isso foi o começo de uma vida melhor.

A ideia era simples: um sistema de biogás replica a atividade digestiva do estômago, produzindo gás metano a partir de esterco animal, resíduos humanos e outros materiais biodegradáveis, como resíduos de cozinha, jacinto de água e outras ervas daninhas. O gás metano é usado para cozinhar e outras atividades que consomem energia, substituindo a necessidade de fogões tradicionais a lenha e carvão. O biogás também produz fertilizantes orgânicos, o que permite que os agricultores substituam alternativas sintéticas caras.

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O resultado? Além de melhorar a saúde, o sistema aumentou os rendimentos, diminuiu os custos e aumentou a renda. Ele contribuiu para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo o Objetivo 7 (energias renováveis e acessíveis), o Objetivo 13 (combate às mudanças climáticas e seus impactos), o Objetivo 3 (saúde de qualidade) e o Objetivo 11 (cidades e comunidades sustentáveis).

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Tempo precioso 

“Ao substituir a lenha, o biogás também ajuda a combater o desmatamento, a erosão do solo e a poluição do ar e melhora os padrões de saúde entre as comunidades agrícolas”, diz Dominic Wanjihia, CEO da Biogas International.

“E mais importante, quando você elimina a tarefa da coleta de lenha, as mulheres ganham três ou quatro horas por dia para outras atividades”, diz ele. A venda do excesso de biogás e excesso de fertilizantes pode pagar por educação e treinamento, tirando uma família da pobreza para sempre”, acrescenta.

Para Jerica e os outros agricultores envolvidos, o sistema também liberou tempo para cuidar da sua família, participar de atividades sociais e abrir fontes alternativas ou adicionais de renda, como a construção de hortas.

“Agora, posso comprar alimentos com facilidade, graças à economia que faço ao não comprar madeira”, diz ela

Jerica também usa o fertilizante natural em seu jardim. O dinheiro da venda de qualquer sobra de legumes a ajuda a pagar as mensalidades da escola.

Os sistemas “Flexi Biogás” são móveis, de baixo custo e fáceis de montar. Como resultado, eles estão ganhando cada vez mais força. Em Ruanda, onde mais de 80% da população depende de carvão e madeira, existem programas de biogás para reduzir a dependência da biomassa.

“Usamos a pasta de biogás da Flexi Biogás para cultivar couve, repolho, cebola e ovo em nossa fazenda”, disse a freira responsável pelo Lar Infantil Nossa Senhora da Graça em Meru, Quênia, outro beneficiário do projeto na região.

“Estamos reduzindo nosso orçamento com alimentos porque cultivaremos muito mais em nosso pequeno espaço”, diz ela.

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