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Um cinturão, uma estrada

November 7, 2018

Em 2013, o líder chinês Xi Jinping inaugurou a One Belt One Road (Um Cinturão, uma Estrada), estratégia de desenvolvimento de infraestrutura sem precedentes para criar uma rede de ferrovias, estradas e oleodutos para conectar a China, a Ásia Central e partes do sul da Ásia. A exemplo do que ocorreu com a Rota da Seda, essa iniciativa deve impulsionar as relações comerciais e financeiras nos países localizados ao longo de suas rotas terrestres e marítimas.

Conversamos com Jean-Romain Roig, Head de Frete para a Ásia, para discutir os potenciais desafios e oportunidades representados pela One Belt One Road (Um Cinturão, uma Estrada) para a Louis Dreyfus Company (LDC).

Você poderia falar mais sobre essa iniciativa histórica?

O projeto faz parte do chamado “sonho da China”. O objetivo é criar canais internacionais em escala sem precedentes para facilitar a cooperação econômica.

A escala disso é verdadeiramente épica. Estamos falando de 1,3 bilhão de pessoas, e suas necessidades são vastas. Eles comercializam energia, mercadorias e muito mais. É importante que seus corredores logísticos sejam seguros, rápidos e eficientes. Esse projeto será um divisor de águas – para a China e para todos os que negociam com e dentro da China, incluindo a LDC.

Por que essa iniciativa é importante para o comércio global e, mais especificamente, para a Ásia?

A resposta é curta e simples – escala! Isso alterará os antigos fluxos comerciais que existem há séculos. Conectará regiões que nunca foram conectadas antes. Por exemplo, agora temos uma ferrovia direta entre a China e o Reino Unido, oferecendo uma rota de transporte confiável para produtos de valor agregado médio. Essa rota de 12 mil quilômetros já está competindo com as rotas aéreas rápidas, mas caras, e também com as marítimas, que são baratas, mas mais lentas.

Da mesma forma, o Corredor China-Paquistão oferece uma rota terrestre do Oriente Médio ao Paquistão e à região central da China. Essa nova rota substitui as rotas marítimas através do Estreito de Malaca. Ela reduzirá muito o tempo de viagem entre a China e o Oriente Médio. Também reduzirá custos nas duas direções.

Como você descreveria a atual posição da plataforma de fretes da LDC na Ásia e no mundo?

A Ásia é nossa fonte de negócios que mais cresce, especialmente em frete. Em Cingapura, nossa equipe passou de 3 a 4 integrantes, em 2013, para os atuais 25, refletindo o rápido crescimento ocorrido na região. Também gerimos uma frota de navios para atender aos nossos clientes externos.

Em termos de volumes, nosso maior crescimento tem sido o transporte de soja das Américas – especialmente da América do Sul – para a China.

Também exportamos açúcar e arroz da Ásia e transportamos mercadorias para clientes terceirizados, entre os quais siderúrgicas, empresas de mineração e usinas elétricas.

A Ásia é, sem dúvida, uma das nossas regiões mais ativas e de maior crescimento. Temos dois escritórios de frete na região – em Cingapura e Pequim. Ter uma presença na China é obviamente obrigatório. E, claro, também precisamos estar em Cingapura, o maior centro marítimo do mundo e sede de muitos de nossos clientes. Acreditamos que essa iniciativa abrirá muitas oportunidades, especialmente no segmento de terceiros.

Para você, que desafios e oportunidades esta iniciativa representa para a LDC?

Ainda não está claro, mas podemos ter a certeza de que terá impacto. Essa iniciativa não acontecerá da noite para o dia, portanto, para a LDC, é tudo uma questão de adaptação às novas realidades à medida que surgirem e de convertê-las em oportunidades.

Ainda estamos nos primeiros estágios da iniciativa. Muitos dos corredores propostos ainda não estão prontos e levarão anos para serem construídos.

Dada a nossa presença e fluxos de comércio globais, estamos observando atentamente as implicações de cada projeto a fim de permanecermos competitivos.

Em nossa história de mais de 165 anos como um dos líderes na comercialização e no processamento de produtos agrícolas, navegamos com sucesso por muitas alterações e mudanças em nosso setor. Por isso estamos confiantes em que faremos o mesmo no futuro e traduziremos essa oportunidade em sucesso.

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